Desde o mundo antigo, a Páscoa é uma das mais importantes datas do calendário de festividades do mundo cristão. Sua mais conhecida conotação religiosa vincula-se aos três dias que marcam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. O 3° Grupamento de Bombeiros Militar, sediado na cidade de Corumbá em Mato Grosso do Sul, é parte da história de muitas famílias que celebram a festividade da nova vida e o nascimento, com relatos reais de atendimentos a parturientes realizados pelos militares do 3° GBM.
A história da vida real e os heróis do dia a dia das cidades fazem parte de um contexto onde as mães estão inseridas, e, oportunamente faremos uma breve homenagem tanto para as Mães como para o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, que no ofício de sua profissão, mudaram a vida de muitas pessoas.
Parto na BR 262
Foi na manhã do dia 8 de outubro de 2008 que a Sra. Cristiane E.S. começou a sentir as contrações do parto. Com os nove meses de gestação completos, e nascimento programado para o dia 7 de outubro, um dia após o previsto, ela ainda aconchegava em seu ventre o bebê que já deveria ter nascido.
As contrações começaram a aumentar em frequência e intensidade, quando ela pediu para ligar no193. A Central de Operações do 3° Grupamento de Bombeiros Militar atendeu o chamado e deslocou a guarnição composta pelo cabo Da Cruz, hoje 2° sargento, e cabo Cavalcanti, hoje 3° sargento. Os militares iniciaram o deslocamento em uma ambulância sanitária, marca Chevrolet modelo S10.
Não era perto, e ainda não continua sendo, a família reside no Assentamento São Gabriel, distante 45KM do perímetro urbano do município de Corumbá. A viagem de ida durou aproximadamente 1 hora e “Tivemos muita dificuldade em localizar o lote, pois faltava sinalização que indicasse a numeração e a quadra. Tínhamos referências, mas não havia marcações”, destacou o sargento Cavalcante. Após localizada a residência da família, iniciou o deslocamento de retorno à cidade com a Sra. Cristiane a qual foi deitada na maca, localizada na parte posterior da ambulância e com seu esposo sentado ao lado o qual foi comunicado que se Cristiane sentisse algo, parariam a viatura imediatamente, porém em menos de 15km percorridos, o parto foi inevitável.
A viatura estacionou no acostamento da BR262, onde os militares assistiram a gestante e o esposo ficando fora da viatura, já que o espaço era muito reduzido para ele ficar. “Eu lembro dele andando de um lado a outro, no acostamento da rodovia, com certeza era uma mistura de preocupação e ansiedade”, diz Sargento Cavalcante. No silêncio daquela manhã, nasce Isac, menino saudável o qual foi imediatamente aconchegado no colo da mãe, após os procedimentos de corte do cordão umbilical, limpeza das vias aéreas e retirada da placenta.
Ela escolheu nascer em casa
“Eu estava tomando tereré na companhia de minha vizinha por volta das 22:00 horas e comecei a sentir as contrações de leve, não achei que fosse nada grave, até porque estava com 7 meses de gestação, achei que fosse por causa da mudança de lua” , relata a Sra. Suzana R. M. uma hora depois do inicio das dores, ela começa a passar mal, e vai para o quarto deitar. Conforme relatos, a vizinha lhe trouxe um copo de água com açúcar, e as dores persistiram até às 23:30 horas daquele dia, seu esposo não estava em casa, e no momento em que chegou, Suzana disse a ele que a dor estava insuportável, logo seu esposo foi ao vizinho pedir o carro emprestado, porém o veiculo estava sem combustível, então ligaram para a Central de Operações do 3° Grupamento de Bombeiros Militar, nesse momento, Suzana diz à vizinha a qual a acompanhava a todo momento “Vizinha, não aguento mais, vou no banheiro tomar um banho e me arrumar para ir à maternidade” , diz Suzana. Enquanto isso, a vizinha se propôs a arrumar a mala com roupas para o bebê, neste momento, na madrugada do dia 4/10/2016, nasce no quarto da residência localizada no município de Corumbá, a pequena Suzieli.
Os militares do 3° GBM chegaram no momento em que já havia dado início ao parto e assistiram a jovem mãe e a recém nascida. “O momento de preocupação deu espaço a uma alegre lembrança de uma menina que escolheu nascer em casa” relata o cabo Dutra, militar que em companhia dos soldados Kleytom e Ribeiro realizaram o atendimento à parturiente.
Nicolas Samuel
As contrações começaram às 15:30 horas do dia 31 de agosto de 2016, na pequena casa localizada no município de Ladário- MS, quando a jovem mãe de primeira viagem, Geisiane B.A. deu à luz. “Eu estava em casa com minha irmã e cunhado e fui ao banheiro, naquele momento senti ainda mais forte as contrações, e ele nasceu, lembro que estava sentada dentro do banheiro e minha irmã foi quem o segurou”, relata Geisiane. A Central de Operações do 3° Grupamento de Bombeiros Militar recebeu o chamado e enquanto orientavam os familiares sobre os procedimentos com o bebê, uma viatura de resgate do 3° GBM deslocou para o atendimento à parturiente. “Ela estava em pé no banheiro e sua irmã era quem segurava o bebê, um dos principais sintomas de trabalho de parto normal é que a vontade de urinar aumenta e também pode haver alguma dor na bexiga, já que ela esta com espaço reduzido” relatou o 3° sargento Jard que juntamente com os militares cabo Oliveira e soldados Barros e León realizaram o atendimento à parturiente naquela tarde de agosto.