Quem acompanha a Operação Pantanal pelas mídias não imagina ou não tem conhecimento de todas as etapas que envolve esse trabalho árduo desempenhado pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, com o apoio de outras forças de segurança e instituições parceiras.
Uma dessas importantes etapas do combate aos incêndios florestais é a manutenção dos mais de 1.670 equipamentos e cerca de 50 viaturas, utilizadas pelas equipes no combate direto e indireto aos focos.
O trabalho, que muitas vezes parece invisível, é desenvolvido por cerca de 15 militares da corporação, que se dividem entre os municípios de Campo Grande e Corumbá, para garantir que tudo esteja sempre em funcionamento no momento certo.
O material empenhado atualmente na operação é dividido em três grupos, os chamados de sapa, que englobam ferramentas como enxadas, gorguis, pás, abafadores e enxadões; os motomecanizados, que são equipamentos tipo motosserras, roçadeiras, sopradores, kit Pick-Up, motobombas e motobombas flutuante; e as viaturas, em sua maioria, caminhonetes, caminhões, embarcações.

Segundo o chefe do Centro de Suprimentos e Manutenção (CSM) do Corpo de Bombeiros, Tenente Douglas Laertes, a rápida resposta no combate aos incêndios também exige um esforço contínuo da equipe de manutenção, que muitas vezes enfrenta condições adversas e precisa se deslocar rapidamente até as bases avançadas distribuídas pelo Pantanal, algumas, instaladas em local de difícil acesso.
“Nós tínhamos uma dificuldade muito grande em fazer a manutenção das viaturas in loco porque as revisões e manutenções tinham que ser feitas na Capital, nas concessionárias. Mas hoje nos especializamos e já conseguimos realizar esse trabalho em campo. Levamos as peças da Capital até a base e fazemos o conserto. No caso das embarcações, é realizada a manutenção mais básica, mas sempre tentando solucionar os problemas. O nosso principal objetivo com essa otimização do serviço é dar uma resposta rápida aos nossos militares que estão em atuação. E, para isso, temos vários militares nossos se especializando nesse trabalho e solucionando as demandas, o que gera economia de tempo e de recursos”, explica ele.

Além do trabalho realizado pelos militares do CSM, a manutenção de outra parte do material empregado na prevenção do combate aos incêndios florestais fica a cargo da Diretoria de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o Subtenente Evandy Segarini, militar que coordena o trabalho no DPA, o processo se divide em duas fases, antes e durante as temporadas de incêndios.
“Trabalhamos na parte preventiva e na parte corretiva. A preventiva é aquela em que recebemos todo o material no final de cada temporada, realizamos a manutenção e deixamos ele em condições para a próxima temporada. Já a fase corretiva é aquela que realizamos durante a operação, em que recebemos o material danificado, consertamos e deixamos ele novamente em condições de operação. No material de sapa, por exemplo, nós realizamos ajustes como troca de cabos, limpeza e afiação, deixando em condições para o uso”, afirma.
Atualmente a Operação Pantanal conta com 13 bases avançadas e estrategicamente posicionadas por toda a região Pantaneira. O Subcomandante Geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Adriano Noleto Rampazo, destaca que além das manutenções realizadas em Campo Grande e Corumbá, muitos dos equipamentos recebem manutenção nas próprias bases. “Alguns desses locais são de difícil acesso e por isso, exigem que o cuidado com os materiais seja feito in loco, até porque, muitos desses materiais chegaram a essas bases por meio de embarcações, balsas ou aeronaves e dependeria de toda uma logística para trazê-los para Campo Grande”, diz.
Em Campo Grande o trabalho é realizado no quartel instalado na Avenida Júlio de Castilho e no Centro de Suprimento e Manutenção, que fica no Quartel do Comando Geral. Já no município de Corumbá, funciona um ponto avançado do setor, o que evita o deslocamento de viaturas ou o envio de materiais até a Capital. Além disso, em alguns pontos, como na base avançada de Redário, que fica a 12 horas de distância de Corumbá, os técnicos realizam o trabalho no próprio local.

Trabalho permanente
Apesar de ganhar reforço durante a Operação Pantanal, o serviço desempenhado pela equipe acontece o ano todo e não se resume apenas à manutenção. Tenente Laerte Freitas explica que existem outras ações essenciais para atuação do Corpo de Bombeiros durante o trabalho rotineiro.
“Alguns militares atuam desde a aquisição de materiais, até a regulamentação de documentos e manutenção dos equipamentos. Gerenciamos também o caminhão guincho da corporação, usado para o socorro, inclusive das viaturas que atuam no interior. E estamos sempre atentos ainda às necessidades dos militares e da população no quesito conforto dos materiais, tentando adaptar ou comprar equipamentos que atendam a essas necessidades. Esses detalhes nós ouvimos nas ruas, durante os atendimentos e vamos tentando melhorar nas novas viaturas”, conta.
Ele afirma ainda que em breve o Corpo de Bombeiros contará com um Centro de Teste Hidrostático, para fazer os testes nos nossos cilindros de mergulho e garantir a validade desses equipamentos, trabalho pioneiro no Brasil.
Edilene Borges – Assessoria de Comunicação
CBMMS – NÓS SÓMOS POR VOCÊ!