Campo Grande (MS) – Na manhã do dia 27 de março de 2017, o SGT BM Nunes Nóia e os SD’s BM Felipe Silva e Mateus Marques, que compunham a guarnição da Unidade de Resgate (UR-75), realizaram um Parto Pélvico em atendimento a uma ocorrência de Emergência Obstétrica, tendo de realizar ainda Reanimação Cardiopulmonar no recém nascido.
Eles foram acionados para o atendimento de emergência obstétrica, com a informação de que a criança já havia nascido. Chegando no local perceberam muita agitação por parte de vizinhos e parentes que os levaram até a residência. Chegando lá, se depararam com a mãe no banheiro, de pé, sendo amparada pelo esposo e com a criança pendurada pela cabeça. Tratava-se então de um parto pélvico. Devido a gravidade e o risco de morte tanto para a mãe como principalmente para o bebê, foi solicitado com urgência o suporte avançado para a ocorrência.
Quando perceberam que a criança corria risco também de se desprender da mãe e sofrer queda, o que seria muito grave, seguraram o bebê para que isso fosse evitado, e levaram a mãe para cama de seu quarto, para dar continuidade aos trabalhos de parto. A mãe foi mantida com as pernas afastadas com o auxílio do esposo e um dos bombeiros militares da guarnição, pois a mesma relutava em manter as pernas juntas. A criança foi apoiada por entre as pernas, sendo segurada na altura do tórax por uma das mãos, enquanto a outra mão foi deslizada pelo pescoço a cavidade bucal, e com um dos dedos apoiado na gengiva do maxilar inferior, fazendo rotação e tração de forma moderada, concomitantemente com esforço da mãe e apoio do abdome por outro bombeiro militar da guarnição. Após alguns minutos, o parto foi concretizado.
Foi percebido imediatamente após o parto que o bebê se encontrava em parada cardíaca, o mesmo estava cianótico e não esboçava qualquer movimento. Começaram então as manobras de reanimação cardiopulmonar. Com o polegar de uma das mãos foi realizada massagem cardíaca e com a outra, limpeza das vias aéreas. Depois de aproximadamente 3 minutos, a criança começou a emitir sinais, esforço respiratório tipo “gasping”, desta vez verificado e confirmado pulso presente, foi mantida a limpeza das vias aéreas e estímulo para que também fosse estabelecida respiração, e logo após exalar secreção pelas narinas começou a chorar e respirar normalmente. Enquanto se preparavam para cortar o cordão umbilical, a viatura de Suporte Avançado do SAMU chegou e realizou o corte, e transportou a mãe e o bebê para o Hospital Universitário, para que fossem realizadas as medidas pós-parto.
Atendimentos como este, retratam o tamanho da importância do serviço realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, e o comprometimento de seus militares para atender à população de forma excepcional.