Campo Grande (MS) – O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) tem se destacado na adoção de tecnologias inovadoras para o combate e monitoramento de incêndios florestais, resultando em uma significativa redução dos focos de incêndio no estado. Em particular, o serviço de Geomonitoramento tem desempenhado um papel crucial no planejamento das estratégias de combate, otimizando o uso dos recursos públicos. Segundo o especialista em Geoprocessamento e engenheiro ambiental, 1º Tenente Alexandre Araújo, “as Guarnições de Combate a Incêndios Florestais (GCIFs) agora chegam aos locais de ocorrência já informadas sobre o terreno, as condições climáticas e outros fatores que antes não eram considerados, garantindo uma resposta mais eficiente e eficaz.”
O georreferenciamento consiste na coleta de informações sobre os limites da propriedade, suas confrontações e as coordenadas dos vértices em relação ao globo terrestre. Essa técnica permite associar imagens e dados do imóvel às suas características físicas, oferecendo uma visualização mais clara e uma melhor compreensão da área que ele ocupa.
Drones e Monitoramento por Satélite
Atualmente, o CBMMS conta com 20 drones, sendo o modelo Mavic Air 2S o mais utilizado, graças ao seu custo-benefício. Desde 2022, essas aeronaves têm sido empregadas para planejar estratégias de combate e otimizar rotas em terrenos de difícil acesso. Acompanhe abaixo o uso do drone para as ações de identificação e monitoramento dos focos de incêndios florestais:
Como parte desse esforço, imagens diárias de satélite são disponibilizadas por meio de um convênio com o programa BrasilMAIS, além de dados sobre focos de calor fornecidos pela NASA. Essa tecnologia, utilizada desde 2021, possibilita a detecção precoce de incêndios e a verificação da legalidade do uso do fogo nas áreas monitoradas.
Em 2023, o Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CPA) se destacou na 1ª Exposição Online de Boas Práticas Tecnológicas para Organizações de Segurança Pública, apresentando um projeto inovador desenvolvido pelo Capitão Carlos Antônio Saldanha da Costa e o Tenente Alexandre. Implementado em 2022, esse projeto transformou o monitoramento de focos de calor no estado, melhorando significativamente a eficiência na detecção e combate a incêndios florestais.
A nova metodologia aprimora as informações obtidas de diversas plataformas online, permitindo um monitoramento mais preciso dos focos de calor em todo o território sul-mato-grossense. Uma das principais inovações do sistema é sua capacidade de distinguir queimas autorizadas e identificar com precisão a localização dos incêndios florestais, inclusive a propriedade rural onde o fogo pode ter iniciado.
Além de ser finalista no concurso de inovações tecnológicas da EscolaGov em 2022, o projeto também representou Mato Grosso do Sul na 1ª Exposição Online, evidenciando seu impacto e relevância no combate aos incêndios. Além disso, conquistou o 3º lugar no XVII Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública. Segundo o Capitão Carlos Antônio Saldanha da Costa, “o projeto visa averiguar, em alguns casos in loco, os focos de calor detectados, utilizando a metodologia que desenvolvemos. Também cruzamos os dados dos focos detectados com as autorizações de queima expedidas pelo governo. Assim, uma queima controlada pode gerar um foco de calor, que não deve ser interpretado como um incêndio florestal”.
Por meio desse programa, o CBMMS estabelece contato com os proprietários para entender a origem e a situação do foco de calor na região, além de verificar a necessidade de apoio ou se a queima estava autorizada. Se a queima não tiver sido solicitada, o CBMMS orienta o proprietário a extinguir a queimada irregular em até 24 horas. Caso contrário, uma equipe de combate a incêndios é mobilizada para conter o fogo, o que pode resultar em autuação. Essa abordagem proativa gerou um retorno positivo dos proprietários em relação à segurança e proteção, conforme destaca o Tenente Alexandre Araújo.
Avanços e Resultados
A implementação dessas tecnologias resultou em avanços significativos nas operações do CBMMS. Um estudo comparativo revelou uma redução de até 80% no número de focos de incêndio e 64% na área queimada em 2022, em comparação com os anos de 2020 e 2021 (FONTE: LASA UFRJ). Além disso, houve uma diminuição de 34% nas ocorrências de incêndios florestais atendidas pela corporação.
Foco nas Regiões de Incêndio
As tecnologias são utilizadas nos três biomas do estado: Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado. O Pantanal é a região mais afetada, com um maior número de ocorrências de incêndios, devido às suas características ecológicas e climáticas.
Sendo que hoje, sexta-feira (27), a Operação Pantanal 2024 completa 179 dias de operações ininterruptas para combater incêndios florestais nos biomas Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica. As equipes atuam em diversas frentes, utilizando estratégias de combate e prevenção para proteger essas áreas vulneráveis.
Os focos de incêndio são tratados com atenção especial devido às dificuldades de acesso e ao risco de propagação acelerada, que pode ser exacerbada por condições climáticas adversas, como altas temperaturas e variação na velocidade dos ventos. Na região de Aquidauana, na Serra de Maracaju, duas equipes estão em revezamento constante para realizar combate indireto e vigilância em um foco ativo. Em Rio Verde do Mato Grosso, três locais também concentram ações de combate, enquanto, na região de Inocência, a equipe da GCIF, com o suporte do 2º SGBM/5º GBM de Paranaíba, enfrenta o incêndio no “Pé de Galinha”.
As áreas de Corumbá, Porto Murtinho e o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, entre outros, estão sob monitoramento contínuo por drones e satélites. As bases avançadas de Redário e Santa Mônica realizam vigilância em um foco próximo à divisa com o Mato Grosso, na região do Pantanal de Barão do Melgaço.
Acompanhe abaixo o trabalho de extinção de foco de incêndio no domingo(22) pela GCIF na Região do Paiaguás e que agora a região encontra-se em monitoramento:
A Operação Pantanal conta com 138 militares do CBMMS, que atuam em municípios como Campo Grande, Corumbá e Bonito. Desses, 95 estão em campo, enquanto 43 desempenham funções no Sistema de Comando de Incidentes (SCI). Além disso, a operação é reforçada por 88 militares da Força Nacional de Segurança Pública, junto com apoio de unidades da Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira. A colaboração entre diferentes órgãos, incluindo a Polícia Militar, IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo, tem sido essencial para o controle dos incêndios. Com 12 bases avançadas estrategicamente localizadas, a operação desempenha um papel crucial na preservação do Pantanal, um dos ecossistemas mais importantes do Brasil.
Aquisição e Capacitação
Os equipamentos foram adquiridos com apoio do governo estadual, e a capacitação dos militares é feita por meio de cursos específicos, como o de Geoprocessamento Aplicado aos Incêndios Florestais. A seleção dos militares para esses cursos é baseada em conhecimentos básicos de informática, garantindo que os operadores tenham a formação necessária.
Diferencial do CBMMS
Enquanto muitas corporações já utilizam tecnologias no combate a incêndios, o CBMMS se destaca pela integração de geotecnologias em suas operações. Isso torna a corporação um modelo a ser seguido por outras instituições. Veja como funcuiona a Sala de Situação que acompanha diariamente os focos de incêndios e a região do Pantanal.
Assessoria de Comunicação
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