Campo Grande (MS) – quarta-feira (28) – Eles trabalham para manter em funcionamento a máquina burocrática do Estado e, no caso da segurança pública, para servir e proteger a população e se preciso for, com a própria vida. Estamos falando dos servidores públicos, cujo dia é celebrado hoje, 28 de outubro.
A data foi regulamentada em 1939, quando o decreto federal 1713/39 instituiu o trabalho do funcionalismo público. Mais tarde, em 1943, o então presidente Getúlio Vargas decretou como feriado o Dia do Funcionário Público.
Mas o que é ser servidor público? Para o tenente Jônatas Lira Costa e Silva de Lucena, do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul é honra que se traduz em bem em prol da população e do meio ambiente. Com 5 anos de casa, diz que escolheu o serviço público pela valorização profissional, mas no transcorrer do tempo se identificou com a carreira.
Assim como centenas de bombeiros, o tenente Lucena, como é conhecido na corporação, atuou bravamente no combate aos incêndios no Pantanal Sul-Mato-Grossense e acredite: foi por escolha. “Eu quis ser lotado em Corumbá”, garante.
Dos dias de luta se recorda do combate difícil em um bioma que afirma ser desafiador até para os mais experientes. “O combate no Pantanal exige técnicas diferenciadas, por conta das longas distâncias, dificuldades de mobilidade, de infraestrutura em lugares quase inacessíveis e a propagação rápida, que ganha força com a seca e as altas temperaturas”, explica. Já nos dias de glória certamente as recordações tem céu azul, ar puro, pássaros sobrevoando tranquilamente o céu pantaneiro, enquanto no peito pulsa a sensação do dever cumprido no servir.
Para o investigador da Polícia Civil, André Bitencourt, da Delegacia Especializada de Repressão à Roubos e Furtos (DERF), o trabalho policial é o maior exemplo de ser servidor. Na carreira há 17 anos, muitas vezes abriu mão de estar ao lado da família, quando ela mais precisou, para trabalhar em prol da sociedade. Trocou horas de sono por momentos de segurança para pessoas que sequer conhece, viu amigos tombarem ao seu lado e ainda assim se manteve forte para honrar a instituição que serve com orgulho.
“A palavra servidor por si só exprime sua essência, servir a sociedade, é mais que uma relação de trabalho, servir a sociedade requer dedicação e muitas vezes sacrifícios, ir além de suas atribuições”, assegura Bitencourt.
A paixão pelo servir move também o subtenente da Polícia Militar, Paulo Henrique Nogueira. Lotado no Departamento de Operações de Fronteira (DOF) há um ano e meio, comanda a equipe que no mês de setembro fez a maior apreensão de drogas do Brasil: 33,3 toneladas. O segredo que levou à apreensão que foi destaque entre a sociedade e as forças de segurança e digna de elogios do Ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça e até do presidente da República, Jair Bolsonaro, ele diz que é mais simples do que se imagina: “trabalhar naquilo que você gosta, com dedicação e seriedade”.
Atrás o sucesso profissional, o Sub Nogueira, como é conhecido no meio policial que, não por coincidência, nasceu bem no dia da criação da Polícia Militar, 5 de setembro, garante que tem muito trabalho. “Antes dessa que foi a maior apreensão do país, nós pegamos 9 toneladas de drogas em Caarapó e depois dela tivemos diversas outras pequenas e pelo menos 4 ocorrências com 1 tonelada de maconha cada”, entorpecentes que o militar acredita ter livrado muitas famílias da destruição.
Intimidade com a fronteira tem também o perito criminal Ernani Carbonaro. Ele atua na região de Ponta Porã desde o início da carreira, em 2014 e sabe bem o que é servir, trabalhar muito e enfrentar desafios. Convivendo diariamente com o crime, na linha de frente, atuando em ocorrências que vão de documentos, passam por tráfico de drogas e chegam às execuções. Limitações, Ernani desconhece, pois as supera a todo momento: “tudo deságua na perícia”, assegura.
Muito volume de serviço, trabalho tenso, coisas que são vencidas graças ao desejo de servir ao fornecer provas materiais para um processo judicial na área criminal, traduzindo os vestígios do local de um crime em causas e consequências para as autoridades, sejam elas delegados, promotores ou juízes. “É recompensador ter o trabalho como reflexo no mundo, positiva ou negativamente, já que os nossos laudos tanto ajudam a absolver como a condenar, mas isso é o que se busca e espera e traz muita satisfação”, conclui.
Joelma Belchior
Assecom/Sejusp