A maior operação de combate a incêndios florestais do Brasil completa nesta quinta-feira (29) 150 dias de ações ininterruptas. Embora batizada de Operação Pantanal, o trabalho, coordenado pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul com apoio dos demais órgãos de segurança e de militares de vários estados do país, é voltado para o combate aos incêndios florestais em todo o Estado, abrangendo também os biomas Cerrado e Mata Atlântica.
A operação foi realizada pela primeira vez em 2019 devido à estiagem que atingiu o Pantanal. Desde então, o bioma enfrenta o período mais seco dos últimos 10 anos e em 2024 a situação pode ser ainda mais grave, já que dados de satélites apontam uma possível crise hídrica.
“Hoje completamos 150 dias da Operação Pantanal 2024, com ações de prevenção e combate aos incêndios florestais aqui em Mato Grosso do Sul. Como os modelos climáticos apontavam para a seca severa, somada à sequência de anos de chuvas abaixo da média e, também, à escassez hídrica de toda a bacia do Rio Paraguai, planejamos o emprego de uma mega estrutura, inclusive com a instalação de bases avançadas por todo o Pantanal Sul-Mato-Grossense. Porém, com tudo que já vivenciamos, o período mais crítico ainda está se aproximando. Historicamente o mês de setembro é o mais propenso à propagação dos incêndios florestais. É um grande desafio, mas todo o esforço vale a pena para a proteção do nosso meio ambiente e a preservação de vidas”, destacou a Tenente-Coronel Tatiane Oliveira, chefe da Diretoria de Proteção Ambiental do CBMMS.

“Completamos 150 dias de trabalhos com empenho total das nossas equipes de combate e do nosso setor de monitoramento. Neste ano a seca chegou mais cedo, o que exigiu de nós a antecipação também da fase de resposta, iniciando já no mês de abril. Para os próximos meses é prevista uma estiagem ainda mais severa para nosso Estado, com temperaturas ficando acima dos 40°C e a estratégia é manter a presença contínua das equipes nas áreas mais críticas, objetivando assim ações imediatas para inibir o crescimento dos novos focos de calor”, explica a T
Com a experiência adquirida em seis anos de trabalho de enfrentamento ao fogo, somada à capacitação permanente das equipes, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul se tornou referência no combate a incêndios florestais.
Anualmente a Corporação se prepara para a temporada, que é dividida em 4 fases: sendo a fase 1 de planejamento, que ocorre entre 1 de janeiro a 2 de abril; a fase 2 de prevenção e preparação, realizada entre 2 de abril e 11 de junho; a fase 3 de resposta, prevista para 11 de julho a 25 de novembro; e a fase 4 de responsabilização, avaliação e elaboração de relatórios, que acontece entre 26 de novembro a 31 de dezembro.
Embora cada fase seja pré-determinada, os períodos de execução de cada uma delas podem sofrer alterações conforme a demanda. Foi o que aconteceu este ano, em que a fase de resposta, que abrange o combate em campo, foi antecipada para o dia 2 de abril devido também à antecipação das ocorrências de incêndios na região do Pantanal.
Além disso, após o início da operação, as equipes do Corpo de Bombeiros Militar mantêm um aperfeiçoamento contínuo, que envolve abordagem de estratégias, estudo técnico das áreas afetadas pelos incêndios, a atualização e interpretação diária de dados de cada região atingida e o acompanhamento dos focos.
O trabalho conta com uso da tecnologia e de equipamentos essenciais para o combate ao fogo, que permitem o monitoramento por satélites, comunicação rápida com as equipes em campo e o aprimoramento dos estudos. Um dos destaques é o uso da internet móvel de alta velocidade, que garante a troca de informações e imagens que são distribuídas para a imprensa de todo o país.

Hoje a Operação Pantanal dispõe de 12 bases avançadas estrategicamente posicionadas principalmente na região pantaneira, além de equipes atuando em todos os municípios onde há o registros focos, como é o caso de Campo Grande, que registra diariamente alto número de incêndios em vegetação. As bases avançadas são responsáveis pela administração dos veículos utilizados no combate, além da manutenção de materiais e equipamentos especializados.
Em Campo Grande foi montado o Sistema de Comando de Incidentes (SCI), conhecido também como Sala de Situação, onde há um painel de monitoramento em tempo real e profissionais que atuam 24 horas em comunicação com as equipes em campo.
O efetivo empregado na operação envolve 121 bombeiros militares do Estado, 92 militares da Força Nacional de Segurança, 11 bombeiros do Rio Grande do Sul, militares das Forças Armadas, Polícia Militar, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal e Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo).
Nesta quinta-feira (29), chegam para atuar no combate aos incêndios no Pantanal 20 militares do estado de Santa Catarina e, para a próxima semana, a previsão é que cheguem mais 13 militares do estado de Sergipe.
Assessoria de Comunicação
CBMMS – NÓS SOMOS POR VOCÊ!