Campo Grande (MS) – Até esta terça-feira (22), somente no Pantanal sul-mato-grossense o fogo atingiu uma área de um milhão e duzentos e trinta e oito mil hectares
Uma parceria entre o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) e o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ) possibilitou monitoramento de áreas queimadas no Pantanal e no Cerrado.
O LASA desenvolveu um sistema de alarme de estimativa de área queimada derivada de satélite que acompanha a evolução diária da área queimada. Esta é uma iniciativa conjunta entre o laboratório da UFRJ no Brasil e o Instituto Dom Luiz da Universidade de Lisboa, Portugal.
Confira o site LASA
https://lasa.ufrj.br/news/burned-area-pantanal-2020/

O sistema está sendo usado pelo CBMMS para o planejamento e gerenciamento durante esta temporada de incêndios no Estado.
A coordenadora do LASA, professora doutora Renata Libonati, explica que esse sistema foi desenvolvido para servir como uma ferramenta de alerta rápido e ágil sobre o avanço da extensão da área que é afetada pelo fogo de forma a apoiar os órgãos ambientais e nas ações de combate.
“Essas informações têm sido enviadas aos órgãos competentes como o Prevfogo e o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul para planejamento e realização dessas ações de combate”, explica a doutora.
Renata Libonati também ressalta como tem sido a parceria com o CBMMS. “Nós temos recebido imagens georreferenciadas dos locais de combate por parte do Corpo de Bombeiros Militar. Essas fotografias em campo, nos locais de ocorrência, são utilizadas em nosso banco de dados para confrontar com os nossos mapeamentos feitos por satélite de forma a contribuir para refinamento e eventuais melhorias em nosso sistema”, disse ela.
O chefe do Centro de Proteção Ambiental (CPA) do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul, tenente-coronel BM Waldemir Moreira, relata a importância da estimativa de área queimada que o LASA vem ofertando semanalmente para as operações do CBMMS.
“Essa estatística era uma lacuna, uma demanda que existia. Precisávamos de uma referência confiável. O LASA está nos auxiliando no planejamento das operações em função da localização da área queimada. Isso é muito importante para definirmos nossas estratégias de combate”, ressalta ele.
De acordo com o tenente coronel, uma outra relevância apontada é para auxiliar nas ações de fiscalização por parte dos órgãos competentes. “Através do cálculo de área queimada podemos chegar a algumas conclusões. Os dados dos satélites nos orientam a detectar a origem de cada foco para tomar as providencias cabíveis”, concluiu o oficial dos Bombeiros Militares.